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sexta-feira, 12 de março de 2010

O meu maior trabalho.


Nem aviação, nem tecnolgia de realidade virtual, simuladores, caças, entre outras tantas parafernalhas da indústria high tech. Seja São Paulo, USP, Escola Politécnica, Embraer, FAB, feiras internacionais, cursos no exterior,  nada disso se compara ao perido de minha vida entre 1993 a 1997.
Sou jornalista. Trabalhei duro em jornal diário e canal de TV, envolvido com periodicos impressos, documentários e cinema. Em 1993 tinha um invejável salário em mega empresa de comunicação, quando recebi um convite de extender a malha de cobertura televisa em local ainda sem sinal da Rede Globo.
Sul do Pará - julho de 1993. Foi a primeira vez que pisei aquele pedaço de terra. Redenção foi a cidade escolhida para montar o QG e de lá realizar uma das maiores tarefas de minha vida. Construir, implantar sistemas, montar equipes as repetidoras para 4 cidades, montar a estrtura em uma delas como emissora e núcleo de produção jornalística. Comparadamente foi como trocar uma Ferrari por um fusquinha velho, sem gasolina e com pneus carecas. Estava cego pelo desafio. Nada mais importava.

O que encontrar em um lugar como este? Como realizar uma tarefa tão complexa? A resposta é - Pessoas! Sim gente que quer vencer o mesmo tipo de desafio. Mulheres de raça (além de bonita) como minha amiga Veridiana, jornalista formada em Ribeirão Pretro. Veri, assim como é chamada, nasceu em Laranjeiras do Sul (PR), mudou-se para Redenção ainda de colo. Sua primeira morada foi uma tapera com a família; certo dia caiu a atrás da cama e procuraram a menina o dia todo. Até acharam que havia sido levada pelos Kayapós, vizinhos da reserva índígena. Suzana (que era minha esposa na época), Eliane (Meu braço direito no parque gráfico) ,Wilson fotógrafo, Dorival, Célio Decker, Jairo, Rogério, Regina. Rei Congo José, Maurício, Wanderson, Marcílio, Rosana (e muito outros)... e o time foi crescendo, aprendendo (acordando, desententendo, conciliando) e em pouco mais de um ano havia em Redenção a afiliada da Rede Globo da "Boca da Mata Grande" (transisção do cerrado para mata amazônica), um jornal de circulação regional e o maior parque gráfico da região. Telejornal diário, equipes de reportagem, primeira e segunda edição, com tudo que havia de direito na qualidade, mesmo nas instalações pequenas para os padrões globais. Programas locais bem elaborados, enfim, nasceu a emissora do Sul do Pará. Produtora de comerciais, estudios, enfim, uma referência para a sociedade que sentiu-se mais protegida com a presença da imprensa.

Com a imprensa vieram as imagens e as noticias pela TV e jornal impresso. Foi como pisar em um formigueiro nervoso. O Sul do Pará, até então sem nenhum tipo de comunicação estava repleto de bandidos que se tornaram respeitáveis senhores das sociedades locais nas cidades. Para esta galera do mal era o fim da picada ter a comunicação bem debaixo do nariz deles. Aúltima coisa que gostaraiam é de sair em alguma página ou reportagem de tv.

Foi um periodo intenso, com mistura do agradável ao perigoso. Estampar a bandidagem e e a galera do mal nos jornais era uma missão ímpar. Nada escapava; juizes, promotores, políticos, policiais corruptos, grileiros, enfim, a ameaça do quarto poder fora estabelecida.

Muitos destes profissionais estão bem encaminhados em jornais das capitais. Ensinei muita gente, mas na verdade aprendi muito mais. São pessoas fantásticas, de valor, cada uma a seu modo, que estarão para sempre na minha memória e merecedores de eterna gratidão. Existem tantos episódios com este time sem igual que relatarei alguns aqui no blog. O Sul do Pará é para mim uma terra de gente forte. É suigeneris. Quando chego lá é como se estivesse em minha casa. Amo cada pedaço daquele chão. As raízes de amizade que plantei são profundas.

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